A presente monografia investiga o papel das creepypastas como manifestações contemporâneas da literatura digital, considerando seu caráter anônimo, coletivo e amplamente difundido em ambientes virtuais. O objetivo geral do estudo é compreender o papel das creepypastas enquanto manifestações literárias digitais, explorando sua origem, sua relação com a tradição literária e seu potencial como forma de expressão social, bem como seu papel no estímulo à leitura e à escrita. O referencial teórico foi composto por autores como Pierre Lévy (1999), Michel Foucault (1992), Henry Jenkins (2013), Tzvetan Todorov (1981) e H. P. Lovecraft (2008), entre outros, cujas obras contribuíram para a compreensão dos aspectos da cibercultura, da literatura digital e do gênero horror. O método utilizado consistiu em uma revisão bibliográfica de livros e artigos relacionados à cultura digital, à literatura de horror e à cultura popular, além da análise de algumas creepypastas. A pesquisa demonstrou como as creepypastas constituem um gênero literário frequentemente marginalizado e ainda pouco explorado academicamente, mas que revela uma ativa comunidade de jovens autores e leitores de narrativas de horror. Como resultado, identificou-se que as creepypastas não se restringem a simples narrativas de terror na internet, mas consistem em textos coletivos que dialogam com elementos da tradição oral e da literatura clássica. Assim, constituem um gênero textual complexo dentro da cibercultura, representando uma forma contemporânea de expressão humana que fomenta o envolvimento literário de jovens, tanto na posição de leitores quanto de autores.