O presente trabalho monográfico tem como objetivo analisar os aspectos narrativos, culturais e históricos presentes nas obras clássicas dos cinco continentes, nomeadamente A casa da alegria de Edith Wharton, Mhudi de Sol Plaatje, Ao farol de Virginia Woolf, Coração de Natsume Soseki e A festa ao ar livre e outros contos de Katherine Mansfield. Para alcançar esse objetivo, foram utilizados elementos narrativos baseados na análise proposta por Gancho (2006), assim como os conceitos fundamentais de clássico definidos por Calvino (2007). Com o intuito de examinar o conceito de clássico e suas múltiplas interpretações, tanto em termos de origem cultural quanto de aplicação em diferentes partes do mundo, foi apresentado o contexto histórico e cultural dos cinco continentes, juntamente com suas respectivas obras consideradas clássicas. Para embasar essa pesquisa, foram consultadas obras de renomados estudiosos da literatura, como Eagleton (2006), Candido (2006), Todorov (2012, 2011), Coutinho (2004), Bloom (1995) e Frye (2014). Concluiu-se que as cinco obras analisadas satisfazem os requisitos para serem classificadas como clássicas, de acordo com a definição de Calvino (2007). Além disso, essas obras apresentam semelhanças, especialmente em relação às questões sociais abordadas. Contudo, devido aos seus distintos contextos culturais e históricos, elas também revelam diversos distanciamentos, como diferenças em estilo narrativo e temas explorados. Ao considerar esses diferentes contextos, os resultados ressaltam a diversidade de interpretações que podem surgir na análise de obras clássicas.